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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Quem diria? Um (ou dois) político honesto!


Escrevi a pouquíssimos dias sobre seres imaginários nem tão imaginários assim fazendo piada com o que as pessoas sonham existir no nosso mundo. Pensei em todos os viáveis que pudessem render algum material, mas nem nos meus sonhos mais loucos achei que esse fosse existir, um político honesto! O nome? Carlos Sampaio, deputado federal pelo  PSDB. O que o rapaz fez que ficou tão notável assim? Tenho o prazer de publicar aqui!


Aos poucos, vão surgindo novos parlamentares que podem nos surpreender. Depois do deputado José Antonio Reguffe, do PDT de Brasília, agora desponta o deputado Carlos Sampaio. É um jovem promotor de Justiça, eleito pelo PSDB de São Paulo, que após tomar posse determinou à Diretoria da Câmara que descontasse mensalmente de sua verba de representação o equivalente aos 60% do aumento de salários que escandalizou boa parte da opinião pública, abrindo mão do novo salário de 26,7 mil e retornando ao salário anterior, de 16,5 mil.

Reguffe, por sua vez, de uma tacada só protocolou vários ofícios na Diretoria-Geral da Casa. Abriu mão dos salários extras que os parlamentares recebem (14° e 15° salários), reduziu sua verba de gabinete e o número de assessores a que teria direito, de 25 para apenas 9. E tudo em caráter irrevogável, nem se ele quiser poderá voltar atrás. Além disso, reduziu em mais de 80% a cota interna do gabinete, o chamado “cotão”. Dos R$ 23.030 a que teria direito por mês, reduziu para apenas R$ 4.600.

Conforme já publicamos aqui no blog, Reguffe abriu mão também de toda verba indenizatória, de toda cota de passagens aéreas e do auxílio-moradia, tudo também em caráter irrevogável. Sozinho, vai economizar aos cofres públicos mais de R$ 2,3 milhões nos quatro anos de mandato. Se os outros 512 deputados seguissem o seu exemplo, a economia aos cofres públicos seria superior a R$ 1,2 bilhão.

Agora, ao tomar conhecimento de que o deputado Carlos Sampaio abriu mão do novo salário de 26,7 mil, para retornar ao salário anterior, de 16,5 mil, Reguffe anunciou que vai seguir o mesmo caminho:
“A informação que eu tive é que não tínhamos o direito de abrir mão do salário. Mas, se for possível descontar da verba de representação o equivalente ao aumento de salários, farei isso com certeza” — disse o deputado à jornalista Domitila Becker, do site da revista Veja.
Os dois jovens parlamentares estão dando um belo exemplo, não há dúvida. Mas dificilmente outros deputados federais (ao todo, são 513) farão o mesmo. É uma questão de foro íntimo. Alguns deles são de partidos pequenos, têm grandes dificuldades para fazer campanha e se reeleger. No caso do PSOL, por exemplo, colaboram para sustentar o partido, é até compreensível que não possam ser tão generosos. De toda forma, só o procedimento de Reguffe e Sampaio já vale muito para os eleitores que tiveram a consciência de votar neles e estão de parabéns.

De: Carlos Newton

Nem tudo está perdido!

Dica: Sol!

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