Há vários anos havia
ouvido o termo e nunca tive como saber o que significava, mas como sempre
fiquei imaginando como era o modo de vida dos povos do norte da Europa até
meados da idade moderna, bem como suas crenças, então pesquisei, li em alguns
livros e algumas vezes me deparei com algum material em alemão, norueguês,
sueco e outros. Meio complicado de entender e fazer algum sentido. Só consegui traduzir algumas poucas linhas e mesmo assim
ficavam vagas. Mas acho que cheguei onde queria. Eis aqui um resumo do modo de
ser que indica muito do que era a vida de guerreiros nessa época.
Vikings foi à denominação dada a um grupo de escandinavos que
espalhava o terror na Europa e boa parte de Ásia até meados do século XVI.
Eram sim guerreiros, mas saqueadores. Explico: os Povos do Norte ou
Escandinavos não eram todos voltados pra esse tipo de atividade. Eles tinham
localização fixa, eram dados a trabalhar nas lavouras, criação de gado e outros
animais e tinham cultura própria e distinta dos hábitos desses saqueadores.
Os guerreiros normandos
ou escandinavos acreditavam nas divindades que eram voltadas, em boa parte,
para a bravura e coragem. Ter histórias suas para contar, seus atos em batalha
ou mesmo em duelos eram suas razões de viver. Por que isso? Porque garantia sua
entrada no Valhala – O lar dos
bravos – e o contrário disso, o lugar onde um covarde seria recebido
chamava-se Hell, onde a alma do infeliz arderia e seria punida por toda a
eternidade.
Acreditando nisso, todo
e qualquer guerreiro tinha por obrigação atestar a bravura de um companheiro
como também devia honrar sua própria história. Nunca, em momento algum, deixar
de lado uma batalha, um desafio e nem mesmo o mínimo desrespeito para com sua
pessoa. Os duelos aconteciam por razões
mínimas. Até mesmo chamar um homem de “cão”, compará-lo a uma mulher ou lhe
entregar uma pena branca – símbolo da
covardia - era mais do que motivo para uma contenda, e dessa só restava um. Uma
luta jamais terminava em empate
ou desistência. Eram assim os meios de se resolver as diferenças. No fio da
espada.
Havia um ditado entre
eles que foram mencionadas várias vezes e que ficou assim
“Quando a morte
lhe chamar corra ao seu encontro, antes que outro vá em seu lugar”.
Não eram raros momentos
em que esse povo era ameaçado por outros e não fugiam á luta de forma alguma.
Até as mulheres, quando necessário, pegavam em armas para ajudar e diz à
história que eram excelentes guerreiras, ótimas com espadas, punhais, lanças e alabardas (uma espécie de lança, mas com lamina maior e de fio duplo) e que
sempre que o inimigo batia á porta, tinha uma recepção calorosa, e mortal.
A bem da verdade,
muitos outros povos procuravam evitar qualquer de maneira o povo do norte.
A obstinação pela
morte em combate.
Essa era a razão de
viver desse povo. Tombar em combate,
com arma em punho. Não
importava de que forma. Tudo o que um homem queria era ter seu fim assim. Poder
ser velado pelos amigos, ter seu
nome gritado por todos a fim de que Odin
os ouvisse, avaliasse seus atos e os aceitasse na morada dos bravos. Caso esse
deus assim o fizesse, Valkirias
viriam resgatar sua alma e conduzi-la ao Valhala.
Era nisso que criam. Mas o principal motivo, talvez, não fosse somente esse. A idade pesava muito, as doenças na época também tinham muita
importância e todos sabiam que um inválido atrapalhava a vida de seus
familiares e, um peso extra, que não pudesse ajudar, nem na lida do cotidiano
nem em batalha, era um inútil. Um peso morto. Esses tinham uma vida infeliz,
tornavam-se parias, eram abandonados em suas casas, deixavam de ter amigos,
sofriam sozinhos e eram condenados à morte de palha. A morte de um
imprestável que não teve coragem de lutar por sua vida e seu povo. Um covarde.
A pior das mortes para eles, deitado, sozinho em uma cama de forrada com palhas.
Fontes: Michael Crichton – Devoradores de mortos, Wikipedia, Fustel de Coulanges – A Cidade
Antiga.
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