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sexta-feira, 30 de março de 2012

O som do trovão.




Nada de tristeza. Nada de exacerbação. Só boas lembranças. Ele não foi perfeito. Ele não era tudo que se pode esperar. Simplesmente foi bom no que quis fazer e ser. E fez bem. Se hoje escrevo isso  e ao fim explico o motivo é porque sinto saudades. Á minha maneira eu sinto. Como posso dizer? “Bom, é meu pai!”



“Fica sentado ai. Sossega! Quando você aprender a ter paciência você consegue pegar um peixe. Ai você anima. Quer um sanduíche de mortadela?”

“Uns dias são ruins mesmo. Talvez porque a gente não acertou ou talvez porque tudo estava errado e a gente não percebeu, mas e daí? Começa de novo.”

“Vou te contar uma coisa: Às vezes, fazem algumas coisas pra te derrubar, dizem coisas que te deixam mal! Mas é assim mesmo. Quando você tem certeza, insista. No fim vale á pena”.

“Caso eu tivesse te criado pra namorar uma velha eu te mandava pra um asilo logo de vez!”

“Como assim não usou camisinha?”

“Ria na sala. Chore no banheiro.”

“Dos quatro o mais doido e porra-loca é você. Se hoje foi ruim, espere amanhã! Vai ser pior. E quer saber? Você sobreviveu a tudo.”

“Por uns tempos você vive na duvida. É normal na vida de qualquer um, mas filho procure um jeito de ver quais as duvidas são verdadeiras. Algumas não valem teu esforço.”

“Quando encontrar uma mulher que goste mesmo, faça tudo por ela. Ela vai te reconhecer. Só não pague todas as suas contas! Rs rs.“

“Cuide da sua vida. Se outros querem fazer isso por você também manda pra eles o carnê das suas prestações e os talões de água e luz.”

“Quer cinquentão emprestado?”



Na minha infância lembro vagamente que dormia junto aos meus pais no quarto. Era um bercinho ao lado da cama deles. Meu pai não era de falar muito, era caladão, mas uma coisa não me saia da cabeça: Eu tinha medo da voz dele por um simples motivo, quando ele me falava não sabia a diferença entre sua voz e o som do trovão.

Oswaldo Teixeira17/01/1939 – 21/03/2012.



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