Quando li a obra pela primeira vez, aos 19 anos,
foi por mera curiosidade, já que diziam que o filme não tinha muito da essência
do que a autora quis contar. Uma passagem me chamou á atenção, é onde a criação
de Frankenstein se encontra isolada
de tudo e ali, o que não deveria nem existir contempla sua própria consciência
e com ela descobre sua triste condição.
"...
Quando a busquei pela
primeira vez, era o amor pela virtude, os sentimentos de felicidade e afeição
com os quais todo o meu ser transbordava e eu desejava partilhar.
Mas agora que a
virtude se transformou para mim em sombras, e a felicidade e o afeto converteram-se
no mais amargo e odioso desespero, onde deveria eu buscar compaixão? Contento-me
em sofrer sozinho enquanto perdurar meu sofrimento.
Outrora minha
imaginação era apaziguada com sonhos de virtude, fama e divertimento.
Fui alentado com
elevados pensamentos de honra e devoção.
Mas agora o crime me
degradou abaixo do animal mais abjeto.
Nenhuma culpa, nenhuma
injuria nenhuma perversidade, nenhum sofrimento pode ser comparado aos meus.
Quando repasso o terrível
catalogo de meus pecados, não posso crer que seja a mesma criatura cujos os
pensamentos outrora foram repletos de sublimes e transcendentes visões de
beleza e majestosa bondade.
Mas é exatamente
isso.
O anjo caído torna-se
um demônio maligno. No entanto, mesmo aquele inimigo de Deus e do homem tinha
amigos e companheiros em sua desolação.
Eu estou sozinho.
Eu estou sozinho.
Sozinho.
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