Vou melhorar a frase e ao fim de tudo faço minha observação. Leiam
o texto e me digam se o que nos rege aqui e hoje não é a imagem desse relato. Divida e conquiste. Faça um lado
brigar contra o outro quando todos
estão no mesmo ponto. Controle. Exerça o
domínio. Faça com que se digladiem.
Corrompa, conspurque. Faça o que tem de ser feito á fim de que ninguém se dê
ao saber. O que é o ponto comum? Até onde vamos sozinhos, porém vivendo juntos?
Só um ganha. Só um leva. E não somos nós.
De como controlar escravos (Willie Lynch)
”Senhores:
cavalheiros eu vos saúdo aqui às margens do Rio James no ano do Nosso Senhor um
mil setecentos e doze. Primeiramente, gostaria de agradecer aos cavalheiros da
colônia da Virgínia por terem me trazido aqui. Estou aqui com o intuito de
ajudá-los a resolver alguns dos seus problemas com os escravos.
Vosso
convite me foi entregue em minha modesta plantação nas índias do oeste onde eu
tenho experimentado um dos mais modernos, ainda que o mais velho dos métodos
para controlar escravos. Roma antiga nos invejará se meu programa for
implantado.
Enquanto
nosso barco navegava rio abaixo, pude ver o bastante para constatar que seus
problemas não são isolados. Roma usava cruzes para erguer corpos humanos ao
longo da estrada, em grande número, os senhores estão usando árvores com forcas
para o mesmo fim. Eu senti o mau cheiro de um escravo enforcado em uma arvore a
algumas milhas daqui.
Os
senhores não só estão perdendo uma valiosa mercadoria enforcado-os, mas os senhores
estão provocando levantes, escravos estão fugindo, suas colheitas muitas vezes
estão ficando nos campos por mais tempo que o necessário, prejudicando com que
se tenha melhor preço, estão sofrendo incêndios ocasionais, seus animais estão
sendo mortos, cavalheiros os senhores sabem os seus problemas, eu não preciso
citá-los.
Eu
não estou aqui para enumerar seus problemas, estou aqui para apresentar um modo
de resolvê-los. Tenho aqui um comprovado método de controle de negros escravos.
Eu garanto que se implementado corretamente, este método será capaz de
controlar escravos por pelo menos 300 anos. Meu método é simples, qualquer
membro da família e até o feitor pode usá-lo.
Eu
listei algumas diferenças existentes entre os negros escravos e pego essas diferenças
e as torno maiores ainda. Eu uso medo, a desconfiança e a inveja como elementos
de controle. Esse método tem funcionado na minha modesta plantação lá nas
índias do oeste e funcionará também aqui no sul, leiam à pequena lista de
diferença e pensem a respeito.
No
inicio da minha lista está à idade, mas poderiam começar com outro item. O
segundo é a cor ou a gradação de cor, existem também a inteligência, estatura,
sexo, tamanho de plantação, comportamento do senhor, se o escravo vive no vale
ou na colina, se é do leste ou do oeste, do norte ou do sul, se tem cabelos
lisos ou crespos ou se são altos ou baixos.
Agora
que os senhores já têm a lista de diferenças, devo enumerar-lhes algumas
atitudes que devem ser tomadas, mas antes disso, devo assegurar aos senhores
que a desconfiança é mais forte que a confiança, e a inveja é mais forte que a
lisonja, o respeito e a admiração.
Os
negros escravos depois de receberem essa doutrinação deverão incorporar-se a
ela e se tornarão, eles próprios, reprodutores delas por centenas de anos,
talvez milhares de anos.
Não
se esqueçam os senhores devem jogar um negro velho contra um negro novo e um
jovem contra um velho escravo. Os senhores devem usar o escravo de pele escura
contra o escravo de pele clara, e o escravo de pele mais clara contra o escavo
de pele escura. Deverão também os senhores terem seus criados brancos e
capatazes que desconfiem de todos os negros. Mas é necessário que os vossos
escravos confiem e dependem de vós, eles devem amar, respeitar e confiar apenas
em nós.
Cavalheiros,
esses conjuntos de medidas são a chave do controle, usem-nas. Faça com que
vossas esposas, filhos também usem, nunca percam uma oportunidade. Meu plano é
garantido e, o bom desse plano é que se usado intensamente durante um ano, os próprios
escravos permanecerão eternamente desconfiados uns dos outros. Obrigado
cavalheiros!!!” (25 de dezembro de 1712).
Agora, a todos pergunto de
maneira simples e objetiva; Não ficou claro os por quês? Se hoje somos um
arremedo de nação não ficou claro o que nos separa? Hora de começar a
questionar os pontos falhos.
“Quem tiver ouvidos que ouça quem tiver olhos que veja.”
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