Dizer que gosto de histórias do Japão - principalmente do período feudal - é chover no molhado. Desde que conheci a obra de James Clavel - Shogun - não parei mais de ler artigos sobre como é o modo de vida desse país. Existem milhares de histórias que valem a pena ser lidas. De como viviam, o comportamento e principalmente a conduta das castas que se formaram ali no período do shogunato (1600 - 1896). É uma viagem no tempo onde honra valia vidas e era seguida á risca.
No começo do século XVIII, o Japão era governado por Tokugawa Tsunayoshi , um entusiasta da arte. Incentivava as letras e a ciência através da fundação de escolas e da proteção aos artistas.
O shogun chamou
o daimyô - senhor feudal - de Ako (atual região de
Hyogo), Asano Takuminokami Naganori, para exercer uma função
de entreter os convidados imperiais em Edo. Como Asano ,
até então, tivera pouco contato com as cerimônias da corte, Kira Kozukenosuke
Yoshinaka, um alto funcionário de Tsunayoshi e especialista em cerimômias, foi
escalado para treinar o recém-chegado daimyô.Mas Kira era um homem corrupto e,
indignado, queria que Asano o recompensasse financeiramente pelo incômodo.
Iniciou-se então uma turbulenta relação. Kira insultava o seu aluno com
freqüência, não perdia uma oportunidade sequer de humilhá-lo, até que no final
de março de 1701, irritado pelas atitudes de Kira, Asano desembainhou sua
espada e avançou sobre seu professor ferindo-o levemente na face.
"Qualquer ato violento nas dependências do
castelo de Edo era considerado uma ofensa ao shogun" e, portanto, Asano foi ordenado a cometer o
seppuku. Antes de morrer, o daimyô escreveu:
"As flores que caem não querem partir, mais frustrado do que as flores, o que devo fazer?"
O clã de Ako foi confiscado e os 300 samurais de Ako tornaram-se ronins,samurais sem daimyô e conseqüentemente sem sustento. O clã se dispersou, mas foi formado um pequeno grupo de 47 pessoas que planejaram vingar a morte de seu daimyô. Entre estes, destacou-se um fiel guerreiro chamado Oishi Kuranosuke Yoshitaka, também conselheiro de Asano.
Sabendo que Kira aumentaria a sua segurança, Oishi ordenou que todos os 47 samurais dessem continuidade às suas vidas de modo a não despertar suspeitas, que vivessem como se tivessem abandonado o código de conduta dos samurais. Alguns viraram carpinteiros, alguns pescadores e outros mendigos. Oishi passou a viver em prostíbulos e renegou sua família.
Certo dia, um samurai de Satsuma (hoje Kagoshima) reconheceu Oishi jogado na rua completamente alcoolizado. Enfurecido pela covardia do bêbado, o transeunte chutou-o no rosto e cuspiu nele com desprezo.
Os espiões contratados por Kira relataram a vida desregrada dos possíveis vingadores e a segurança foi afrouxada. Até que na madrugada de 14 de dezembro de 1702, quase 1 ano e meio após a morte de Asano, sob forte neve, os 47 samurais atacaram a mansão de Kira em Edo.
Divididos em dois grupos, um liderado por Oishi e outro por Chikara (filho mais velho de Oishi), pegaram os guardas desprevenidos e logo dominaram a situação. Mas Kira tinha fugido. Rapidamente Oishi organizou uma busca e descobriram uma passagem secreta que levava a um pátio onde estava Kira, algumas mulheres e dois guardas. Os ronins mataram os guardas e o líder, em respeito ao alto posto de Kira, ajoelhou-se na frente do covarde e lhe explicou porquê aqueles 47 samurais estavam ali e convidou-o a morrer com dignidade cometendo o seppuku. Aterrorizado, Kira não disse uma palavra sequer e Oishi ordenou a decapitação.
Antes de se entregarem às autoridades, os 47 ronins levaram a cabeça de Kira até o túmulo de Asano. Na ocasião Oishi escreveu:
"Estou feliz. Realizei o meu desejo e agora é a hora de morrer. Não existem nuvens na lua da minha vida."
"As flores que caem não querem partir, mais frustrado do que as flores, o que devo fazer?"
O clã de Ako foi confiscado e os 300 samurais de Ako tornaram-se ronins,samurais sem daimyô e conseqüentemente sem sustento. O clã se dispersou, mas foi formado um pequeno grupo de 47 pessoas que planejaram vingar a morte de seu daimyô. Entre estes, destacou-se um fiel guerreiro chamado Oishi Kuranosuke Yoshitaka, também conselheiro de Asano.
Sabendo que Kira aumentaria a sua segurança, Oishi ordenou que todos os 47 samurais dessem continuidade às suas vidas de modo a não despertar suspeitas, que vivessem como se tivessem abandonado o código de conduta dos samurais. Alguns viraram carpinteiros, alguns pescadores e outros mendigos. Oishi passou a viver em prostíbulos e renegou sua família.
Certo dia, um samurai de Satsuma (hoje Kagoshima) reconheceu Oishi jogado na rua completamente alcoolizado. Enfurecido pela covardia do bêbado, o transeunte chutou-o no rosto e cuspiu nele com desprezo.
Os espiões contratados por Kira relataram a vida desregrada dos possíveis vingadores e a segurança foi afrouxada. Até que na madrugada de 14 de dezembro de 1702, quase 1 ano e meio após a morte de Asano, sob forte neve, os 47 samurais atacaram a mansão de Kira em Edo.
Divididos em dois grupos, um liderado por Oishi e outro por Chikara (filho mais velho de Oishi), pegaram os guardas desprevenidos e logo dominaram a situação. Mas Kira tinha fugido. Rapidamente Oishi organizou uma busca e descobriram uma passagem secreta que levava a um pátio onde estava Kira, algumas mulheres e dois guardas. Os ronins mataram os guardas e o líder, em respeito ao alto posto de Kira, ajoelhou-se na frente do covarde e lhe explicou porquê aqueles 47 samurais estavam ali e convidou-o a morrer com dignidade cometendo o seppuku. Aterrorizado, Kira não disse uma palavra sequer e Oishi ordenou a decapitação.
Antes de se entregarem às autoridades, os 47 ronins levaram a cabeça de Kira até o túmulo de Asano. Na ocasião Oishi escreveu:
"Estou feliz. Realizei o meu desejo e agora é a hora de morrer. Não existem nuvens na lua da minha vida."
Conforme
o esperado, todos os 47 foram condenados à morte por terem assassinado um
funcionário do governo. Mas em vez de serem executados, em respeito à lealdade
dos samurais, em 4 de fevereiro de 1703, foi-lhes dado o direito de cometerem o
seppuku. Todos eles foram enterrados ao lado de seudaimyô no templo de
Sengakuji.
Diz a lenda, que o samurai de Satsuma que chutou Oishi, sabendo da verdadeira história, foi até Sengakuji pedir perdão e cometeu o seppuku. Ele também foi enterrado ao lado dos ronins.
Diz a lenda, que o samurai de Satsuma que chutou Oishi, sabendo da verdadeira história, foi até Sengakuji pedir perdão e cometeu o seppuku. Ele também foi enterrado ao lado dos ronins.
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